domingo, 5 de abril de 2009

Em protesto contra Otan, manifestantes botam fogo em hotel na França.



As manifestações anti-capitalistas e anti-guerra estão se consolidando no mundo, o temor da crise parece estar cada vez mais nas mobilizações de massas que estão tomando conta do mundo, mais quais seriam as possibilidades de dessas mobilizações se consolidarem projetos alternativos a crise? Quais socialismos construiremos a partir dessa Crise?


Militantes que participam de uma manifestação contra a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) atearam fogo neste sábado (4) em um hotel perto da Ponte da Europa em Estrasburgo, na França.

Um total de 28 pessoas foi detido neste sábado (4) em vários protestos violentos registrados em diversos pontos da cidade francesa.


O piso térreo do imóvel de 78 quartos da rede de hotéis foi completamente destruído pelas chamas. Os bombeiros conseguiram apagar o fogo antes que ele se propagasse para o andar superior.


Antes, uma loja foi incendiada por pessoas mascaradas. Um posto da polícia que estava vazio no momento dos fatos também foi incendiado por umas cem pessoas na parte francesa da ponte da Europa. O grupo liderava a passeata de 3.000 a 4.000 manifestantes que se dirigiam rumo a uma grande manifestação contra a cúpula na capital da Alsácia.


Mais violência
Os manifestantes jogaram pedras e gás lacrimogêneo contra o cordão policial que impedia sua passagem.


Mais perto do centro da cidade e na localidade de Schiltigheim também houve incidentes entre manifestantes antiglobalização e as forças de segurança.


Na avenida da Paz, a menos de um quilômetro do lugar onde acontece a Cúpula da Otan, um grupo de militantes bloqueou as vias do bonde.


Mulheres


O programa das esposas dos chefes de Estado e governo da Otan, que celebra neste sábado, em Estrasburgo, seu 60º aniversário, foi perturbado em razão das manifestações contra a cúpula.


Uma visita das primeiras-damas ao Instituto de pesquisa sobre o câncer do aparelho digestivo (Ircad), prevista pela manhã, foi anulada e substituída por um breve encontro das esposas no palácio Rohan, no centro de Estrasburgo.


As esposas, assim como o esposo da chanceler alemã, Angela Merkel, Joachim Sauer, se encontraram no local, onde o tapete vermelho continua instalado desde à visita, sexta-feira, dos presidentes francês, Nicolas Sarkozy e americano Barack Obama.


Igor Vitorino da Silva
Historiador formado pela UFES
Povo desorganizado
Morador da Periferia Capixaba


"Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo."
Álvaro de Campos (Fernando Pessoa).TABACARIA.(15-1-1928)

quarta-feira, 1 de abril de 2009

O levante popular

Por Railton 01/04/2009 às 21:51 (retirado do CMI Brasil)

Demorou, mas foram os próprios líderes mundiais reacenderam as chamas da brasa dos protestos.


Há quase dez anos não se via o que ocorreu em Londres nesta semana por conta da reunião do G20, grupo de países (Brasil incluso) que respondem por 80% do PIB global. As últimas manifestações do tipo, contra a OMC (Organização Mundial do Comércio), o FMI e Banco Mundial foram apenas a continuação da longa luta iniciada em 1968 e que agora dá mais um passo à frente.

Os manifestantes mostram sua agenda de ação direta, diametralmente distinta do ranço eleitoral/sindical da social-democracia e dos estúpidos esforços governistas, Lula entre eles, e empresariais pela ressurreição do defunto sistema que os sustenta.

Numa ponta, os líderes mundiais vêem o empobrecimento crônico que já sugou em poucos meses US$ 50 trilhões da riqueza mundial. Na outra, milhões de homens e mulheres padecem na demissão, no corte em limites de cartões de crédito e no escárnio dos bônus, expressos em milhões de dólares, pagos aos executivos das empresas falidas --a recompensa às vedetes do agravamento da doença incurável que mostrou o mais grave sintoma na Grande Depressão.

A materialização da revolta nas ruas de Londres diante da cimeira do G20 é a continuação ou a ampliação das ações que há meses queimam a Grécia e que, apesar do boicote social-democrata, tendem a inflamar toda Europa. No auge da Grande Depressão, em 1933, também na capital britânica, houve um encontro parecido, onde o sistema ganhou uma sobrevida. Hoje os dias são outros, sua morte é eminente.

Os alvos dos protestos foram o RBS (Royal Bank of Scotland) e a sede do Banco da Inglaterra, pivôs da perda de bilhões de libras dos contribuintes britânicos na atual crise financeira global. Janelas foram despedaçadas e portas arrombadas em meio à gritaria geral. Outros bancos secundários também sofreram com a fúria dos manifestantes.

Os descontentes também se reuniram e trocaram sopapos com a polícia em Trafalgar Square. Praça, no coração de Londres, muito conhecida pelo banquinho onde qualquer um pode subir e proferir idéias, antítese das potentes câmeras e microfones que o sistema dedica aos seus governantes e mercadores.

No final de abril, haverá outro encontro de caráter global. Desta vez em Washington, quando o FMI e o Banco Mundial devem se reunir. Não é pequena a chance dos novos protestos superarem os emblemáticos protestos de Seattle, principalmente porque nos EUA a situação geral é muito pior do que no resto do mundo desenvolvido.

Projetadas para colher alguns lambaris, as redes de proteção social ou segurança na área do emprego na Europa e Japão, diante das toneladas de sardinhas do momento atual tendem a se romper com o tempo. Nos EUA, onde tais redes nunca existiram, as demissões não cessam. A expectativa é que superem 750 mil em março, sobre quase 1,2 milhão em janeiro e fevereiro. A sangria entrou em uma velocidade sem precedentes.

Muitos dos que torciam pela chegada do fundo do poço começam a por as barbas de molho. E começam a perceber, conforme Marx demonstrou, que o poço não tem fundo. O Banco Mundial já fala em retração global de 1,7% em 2009, quase o dobro da prevista pelo FMI há um mês. A OCDE, que reúne os países mais desenvolvidos, em -2,75%.

A quebradeira dos bens privados ou públicos representa o mesmo que a bala de prata ou a estaca de madeira cravada no coração do vampiro do mito popular. Para dar lugar a um novo, o velho edifício têm que ruir ou ser demolido do topo à base. O fato é que esse tisuname está apenas começando. No passado, na Ação Global dos Povos, os manifestantes contrários ao FMI, Banco Mundial e OMC protestaram, com argumentos políticos, científicos, históricos e culturais, diante de um mundo incrédulo atento às mentiras da mídia corporativa e passivos diante da violência policial que alcançou seu ápice em Gênova, em 20 de julho de 2001 quando um manifestante italiano, Carlo Giuliani foi morto por um tiro de pistola disparado por um ?carabinieri? contra a multidão durante as manifestações contra a Reunião de Cúpula do Grupo dos Oito ocorrido em Gênova de 19 a 21 de julho de 2001.

Desta vez, a ficha caiu. O mundo começa a perceber quem estava mais próximo da verdade.

quinta-feira, 19 de março de 2009

Fim de semana de protestos na Alemanha

Recebi da ANA -Agência de Notícias Anarquistas


Desconhecidos incendiaram dois carros "Mercedes SLK": A primeira ação aconteceu em uma rua no centro da cidade, o segundo na rua Rhinow, em Prenzlauer Berg. Ambos os veículos sofreram estragos sérios.
Da mesma forma, desconhecidos incendiaram um carro em Treptow. Os moradores alertaram os bombeiros da queima de um "Ranger Rover". Um carro "Golf da VW" estacionado ao lado também foi afetado pelas chamas.
No final de semana, perto de 5000 pessoas se encontraram em Hermann Square, em Neukölln. Com o objetivo de reivindicarem e pedirem a preservação dos espaços livres de Berlim. Também contra a elitização de muitas áreas do centro da cidade. Fato que obriga que muitas pessoas sejam transferidas a outras regiões.
O conceito da manifestação foi concebido por blocos de cores. Ao longo da manifestação era possível ver as casas com bandeiras coloridas penduradas em solidariedade à luta. Em diversos pontos da caminhada de protesto, também se via ações desde os tetos das casas, prédios, com fogos de artifício, lançamento de folhetos e faixas suspendidas desde as alturas.
Em determinado momento os esquadrões da polícia, em tom de provocação, começaram a parar as pessoas por roubo, os manifestantes reagiram atacando um veículo de polícia, que rapidamente salvou o carro, em seguida os ativistas atacaram com pedras e garrafas as patrulhas. A polícia reuniu forças e pouco depois foi em direção aos manifestantes, quatro pessoas foram presas.
Contudo, acabada a manifestação pela rota inicialmente proposta, várias centenas de ativistas foram por outro lado e no caminho vários veículos, vitrines de lojas e um bonde resultaram danificados.
Em Frankfurt Tor um veículo da polícia equipada com alta tecnologia para regular o trânsito foi atacado e virado pelos manifestantes. Também em Frankfurt Tor um manifestante escorregou desde um teto muito alto e sofreu uma ferida profunda na cabeça, ele foi transferido ao hospital. Por toda a noite houve operações da polícia e bombeiros, para apagar focos de incêndios.
De acordo com um comunicado de imprensa da polícia, domingo, um total de 12 pessoas foram presas e 2 agentes da polícia saíram feridos e uma pessoa recebeu uma ordem de apreensão pelo juiz local.

Para ver fotos das manifestações, acesse:

http://www.flickr.com/photos/pm_cheung/sets/72157615258195102/
http://www.flickr.com/photos/kietzmann/sets/72157615311185972/
http://www.flickr.com/photos/stasi20/sets/72157615242315561/

quinta-feira, 12 de março de 2009

A solução de um não-estado na palestina: reflexão sobre a «nação»

Recebi o texto abaixo há alguns dias e julguei-o digno de ampla publicação. Acho que fala daquilo que é fundamental acerca do conflito na Palestina. De fato, devemos dizer NÃO também à qualquer esforço de construção de um estado palestino como "solução". Penso, porém que não se trata apenas de dizer o que deve ser dito. Qual clareza devemos ter na consecução da autodefesa por fora dos esquemas traçados pelo Hammas e outros candidatos à estatização da revolta palestina?


Um problema da «solução» dos dois estados é que a existência de Israel continuará, mas este estado é uma criação artificial, sem legitimidade nenhuma. Por outro lado, toda a região, incluíndo não apenas a palestina histórica, como o Líbano e a Jordânia, resultam do desmembramento artificial, pelos imperialismos francês e britânico, do império otomano, no seguimento da 1ª guerra mundial. São estados artificiais, que estarão sempre em permanente convulsão, por juntarem e obrigarem comunidades diversas a coexistir e ter relacionamento político de uma forma forçada, havendo portanto lugar para várias situações de opressão, quer com base na etnia, na nação, na religião, além da opressão de classe e de género.

Assim, tal como no resto do mundo, a questão do estado na Palestina põe-se de modo agudo. Para que precisam os povos do estado? Não é o estado que promove as guerras? não é o estado que mantém as opressões? Para que precisarão os povos do estado, sabendo-se que não existem povos que não tenham capacidade de auto-gerir a sua vida (a sua produção material e cultural, o seu relacionamento com comunidades vizinhas ou distantes, etc)? Sabemos que a «autoridade» do estado é apenas uma opressão. Não é uma autoridade que emane verdadeiramente de uma vontade popular, da expressão genuína da vontade das pessoas.

Se olharmos por este prisma para a realidade israelo-palestiniana, compreendemos que os estados não são parte da solução, mas sim (e muito importante) do problema.

Renunciar a solucionar os problemas de raíz, só porque outros têm uma visão muito mais curta que a nossa, não será uma indesculpável cobardia intelectual (no mínimo)?

Se nós compreendemos o mal que faz o nacionalismo (quer o israelita, quer o palestiniano) a estas populações, não podemos senão repudiá-lo. São comunidades judaicas, muçulmanas, cristãs e também comunidades sem vínculo a uma religião, laicas, que poderiam viver tranquilamente e desenvolver as suas vidas e tradições na palestina histórica, sem conflitos inter-étnicos, como aconteceu durante séculos, no império otomano. Note-se porém que a ingerência da ONU e das potências na zona, só agravou os problemas, só os perpetuou e complicou.

A solução radica na consciência de que as diversas comunidades têm de se entender, de se auto-organizar sem ingerências, partilhando espaços geográficos da melhor forma possível. Será uma solução vinda de dentro dessas comunidades, não uma solução imposta, forçada de fora, a qual só poderá produzir mais miséria, violência, intolerância.


Vemos o caso deplorável da ex-Jugoslávia, fraccionada em micro-estados sem viabilidade e sustentação política e económica, por vontade da todo-poderosa UE, dos seus estados- -membros mais fortes.

Vemos o caso da África negra, a sangue e fogo permanente, desde as independências, que mais não foram do que a passagem do jugo colonial para o domínio duma burguesia parasitária neo-colonial, totalmente dependente das antigas potências colonizadoras, para se manter no poder. Esta luta pelo poder em África efectua-se usando a bandeira da nação, do nacionalismo, dilacerando povos que não tinham estados-nação formados, com algumas raras excepções, antes da colonização europeia.

Nada de bom pode surgir pelo lado do nacionalismo; não existe «nacionalismo progressista»; é pura contradição nos próprios termos. «Civilização» significou sempre um abolir ou amenizar, um secundarizar, as barreiras, as fronteiras, os obstáculos que separam os povos em «nações» artificiais.

O próprio conceito de nação, como algo distinto do estado, tem pouca utilidade, ao fim e ao cabo. A não ser que usemos o conceito de nação numa forma pouco comum, mas que -por isso mesmo- pode ser mal interpretado, como sinónimo de etnia (portanto reconhecendo «nações» sem estado, como muitos agrupamentos tribais ou supra tribais que existem ou subsistem nos interstícios das «nações-estados» modernas). A nação, a pátria, é um conceito totalmente fabricado, ideológico, que surge no século XIX com o triunfo da burguesia. Nessa época era necessária uma ideologia para que esta burgusia conseguisse manter o domínio, quer sobre as antigas classes dominantes, a aristocracia, quer sobre os deserdados, os proletários, os camponeses arruínados por um desenvolvimento industrial e agrário que fez tábua-rasa da pequena exploração agrícola. Daí a invenção do nacionalismo, associado ao belicismo, à exaltação do heroísmo e do sacrifício «pela pátria». O culminar desta ideologia deu-se com as duas guerras mundiais, que tiveram como local de origem a Europa, local onde foi inventado o conceito de «nação» (a nação como suposta emanação do «povo soberano», necessitando de um determinado «espaço vital», etc, etc)

Igualmente, foi o nacionalismo que activou a conquista mais impiedosa de muitos povos no século XIX, a pretexto de «civilizar» povos sem estado ou com estados mais débeis, os estados-nações europeus auto-designando-se como civilizadores, portadores do progresso a esses confins... O pior da aventura colonial deu-se no século XIX e XX, onde realmente as chacinas ultrapassaram muitas vezes em crueldade as que foram efectuadas nos séculos anteriores. A partir do século XIX, expandiu-se a predação colonialista e com ela o efeito nefasto da peste nacionalista nos 5 continentes. Não se pode esquecer que também houve grandes genocídios nos séculos anteriores, nomeadamente de populações africanas e indías-americanas, por chacinas, escravização e propagação de epidemias.

Mas nos séculos XIX e XX -em nome do progresso, da civilização, do império, da superioridade da «raça» branca, etc- foram cometidas atrocidades sem nome em todos os continentes, tudo isto afinal sob a cobertura do conceito cómodo de «nação»...

Este conceito foi «naturalizado», pelos ideólogos, como se a pertença à nação fosse algo de genético.

Ainda vemos claramente o efeito disso na atitude racista e xenófoba dos europeus em relação aos imigrantes não-europeus (ou mesmo europeus de outras zonas) que vêm trabalhar para os diversos países.

Haverá coisa mais nojenta? Quem incentiva estes comportamentos? Não serão estimulados pelas burguesias que dominam a política dos diversos estados, conseguindo assim desviar dela a raiva dos explorados pela perda de condições de vida, pela intensificação do desemprego, da precariedade, da exploração?

A solução do problema palestiniano ou sua não-resolução durante mais de 60 anos pela ONU e todos os estados envolvidos, mostra-nos que as nações e os estados não fazem parte da solução, mas são parte do problema.

Há que ter coragem de dizê-lo, de explicá-lo, de difundí-lo: só haverá progresso humano, com a abolição das nações, entendidas como estados-nações. Embora as forças conservadoras ao serviço do capitalismo estejam apostadas em avivar esse vírus mortífero do nacionalismo, a verdade é que apenas estão a adiar a emergência da sociedade do futuro, como federações livres de comunidades auto-organizadas e auto-geridas, dsem hierarquias, sem opressões. Todas as tentativas de manter o estado de coisas anterior, do domínio absoluto de «estados-nações», tem como consequência imediata a perpetuação e acentuação das diversas barbáries.

Manuel Baptista

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Em Oaxaca, a mentira como método do estado... novamente!

Mais uma vez o estado mexicano, coadunado com as redes de comunicação e os partidos políticos, utiliza-se da mentira para prosseguir na indigesta guerra que declarou contra trabalhadores, mulheres, estudantes e indígenas que buscam sobreviver sob o seu território. No dia 16 de outubro de 2008, na cidade de Oaxaca, palco de uma das maiores insurreições populares dos últimos tempos, Juan Manuel Martínez foi preso acusado de ter assassinado Brad Will, novaiorquino que em 2006 cobria os acontecimentos da comuna de Oaxaca pelo Centro de Mídia Independente de Nova York.
Brad Will registrou sua própria morte em cenas de vídeo em momento de combate de rua onde vários agentes paramilitares abriam fogo contra a população. Apesar disso, hoje recai sobre um simpatizante da APPO (Assembléia Popular dos Povos de Oaxaca) - a coordenação geral dos diversos movimentos sociais de Oaxaca, constituída durante as lutas de 2006 - a responsabilidade pela morte de Brad.
Apesar de se constituir em mentira absurda, entende-se porque o estado mexicano emerge agora com mais essa atitude ofensiva contra os (as) lutadores (as) sociais de Oaxaca. O início do ano em Oaxaca acompanha a ascensão das reivindicações populares, sobretudo dos (as) professores (as) que, em 2006, foram os principais desencadeadores da luta contra Ulisses Ruiz Ortiz, luta que se configurou em sublevação geral do povo, quando se formaram centenas de barricadas e foram tomaram rádios e emissoras de TV como forma de reforço do poder popular e de pressão pela destituição dos poderes.
Hoje, quando os ânimos encontram-se mais calmos, ainda existem motivos de preocupação por parte do governo de Ulissez Ruiz que insiste em se manter no poder. As (os) professoras (es) oaxaquenhos, além de fazerem reivindicações elementares como maiores verbas para as paupérrimas escolas, merenda escolar digna e sapatos para que as crianças não assistam às aulas descalças, lutam pela liberação de várias escolas controladas pelas forças priistas (tomadas quando da repressão que se abateu sobre Oaxaca na passagem de 2007), pela punição dos culpados pela morte de ao menos 26 pessoas (muitos desaparecidos), pela liberdade dos presos políticos e (reivincicação suprema) a saída de Ulissez Ruiz do poder.
No último dia 17 de janeiro, 71 mil professoras (es) foram às ruas e, em diversos pontos do estado, ergueram-se bloqueios. Num conjunto habitacional da capital oaxaquenha, moradores e professores por volta das 13 horas recuperaram uma escola, coisa que aconteceu também em outros pontos de Oaxaca naquele dia.
Desta feita, a guerra de classe prossegue em Oaxaca. O estado mexicano, sem outra arma além da repressão, do terror, usa a mentira, por sinal método de combate de qualquer estado...